segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Guajiru



Sem mais demora, vou postar minha primeira “matéria”. Algo bem simples; vou começar no rasinho, para que não me afogue nesta merda que está nossa sociedade. E vejam que incrível... Trata-se de um ELOGIO!


Estava eu numa famigerada reunião de condecoração (puts!) de presidente de sala (que no caso sou eu o infeliz; me pergunto até onde vai minha paciência, e como eu me meto nessas coisas, talvez tenha me “candidatado” na ingenuidade que pudesse fazer daquela sala um lugar melhor de se viver! Sempre há esperança e enquanto não conhecer o fundo do poço estamos na luta) que mais parecia um anuário da prepotência escolar. Enfim, quando pensava que a noite estava perdida sobe ao auditório uma mulher que salvaria aquela reunião (que tinha como único consolo uma boca livre no final, talvez por isso eu tenha ido...).

O nome dela era Rita, chefe e coordenadora da Guajiru, projeto interessantíssimo que tem como objetivo proteger a vida marinha, em especial as tartarugas de pente, que estão ameaçadas de extinção (e agora um miserável deve estar pensando: “Porra, mais um fanático ambientalista!”; tudo bem, então deixa o planeta morrer mesmo, num faz falta...). Ela apresentou o “espírito” do projeto e todas ou as mais importantes realizações que o grupo já havia possibilitado.

A Guajiru há muitos anos vem trabalhando na costa de João Pessoa e é responsável pela sobrevivência de milhares de tartarugas. Através de inspeções diárias em 7 km de costa da cidade, limpando a praia, localizando e protegendo ninhos, curando e reabilitando tartarugas feridas, esse grupo assume um papel fundamental no ciclo de vida desses animais.

Devido à proporção atual do projeto, eles têm a necessidade de criar uma sede oficial, já que a atual funciona em um bar. Conseguiram a licença de uso de uma praça abandonada e que se tornava ponto de encontro de casais (dinheiro pra motel ta difícil hein?), drogados, marginais, entre outros, e projetaram a revitalização do lugar e construção de um ambiente que beneficiará toda a comunidade local (lógico que só será útil a quem procurar).

Obviamente, sempre que se tem alguém querendo mudar algo para beneficio de uma maioria, há um grupo que é contra. E no caso do Guajiru não foi diferente. Por mais incrível que pareça, houve pessoas contrárias ao projeto (será que foram os casais “loucamente apaixonados?”) não se sabe com que argumentos... Mas por causa delas, o projeto foi atrasado; acredito que por pouco tempo, já que Rita e seus colaboradores estão fazendo um forte movimento de conscientização junto à população.

O projeto já ganhou tanto “status” que acabou aparecendo no Fantástico, denunciando os efeitos do aquecimento global. Devido ao calor os ovos estão cozinhando e os que sobram há predominância de fêmeas (já que o sexo das tartarugas é definido pelo calor).

O grupo ainda tem que “conviver” com a ignorância de pessoas irracionais que chegaram a fazer tiro ao alvo em um orelhão com os ovos das tartarugas, com o perigo (como foi o caso da Rita que foi perseguida quando fazia uma inspeção noturna), com roubos de ovos e até com ameaças. E por todo este esforço tremendo e tamanha força de vontade vocês estão de parabéns por fazerem um trabalho NÃO REMUNERADO (a Guajiru é uma organização não governamental) tão honroso e de vital importância para a natureza e conseqüentemente para todos nós.



Vale lembrar que ninhos de tartarugas da espécie pente em praias URBANAS só existe na Paraíba, então da para sentir a importância do Projeto Tartarugas Urbanas mantido pela Guajiru.







lol

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